Sobre o Brás



Em 1769, José Brás, um imigrante português dono de diversas chácaras, construiu uma capela em honra a Bom Jesus do Matosinhos. Com a sua construção, a igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na paragem do Brás, passou a ser ponto de parada obrigatória de procissões que conduziam a imagem de Nossa Senhora da Penha de França da igreja da Penha até a igreja da Sé, no centro, usando a estrada da Penha, o que contribuiu para o desenvolvimento da região. Em 8 de junho de 1818 bairro que hoje chamamos de Brás foi alçado à categoria de freguesia e a igreja construída por José Brás foi elevada à categoria de paróquia e se tornou sua matriz. E assim nascia assim o bairro do Brás.
Na virada do século XIX para o século XX a região passou por uma intensa industrialização, se desenvolveu como um bairro operário e recebeu muitos imigrantes italianos. Com o passar do tempo, a imigração na região foi crescendo cada vez mais, recebendo pessoas de diversas nacionalidades e de outras regiões do Brasil, mas nem todos os imigrantes vinham para serem operários, muitos viraram empreendedores, como foi o caso do italiano Francisco Matarazzo, que morou por muito tempo na Rua do Gasômetro e abriu as primeiras fábricas de seu império na Rua Monsenhor Andrade.
Além disso, o bairro ainda serviu de palco para várias manifestações e reivindicações pelos direitos dos trabalhadores de fábricas, que ao longo dos anos conquistaram direitos como jornada de trabalho de 8h, adicional noturno e férias.
Temos algumas figuras importantes que fizeram história nesse bairro. Além de Francisco Matarazzo, que durante muito tempo morou no bairro e contribuiu com o desenvolvimento industrial da região, Adoniran Barbosa, também teve a sua participação na história do local, eternizando o bairro em sua famosa música “Samba do Arnesto” em 1953.
Na década de 70, com a construção das estações de metrô: Brás, Pedro II e Bresser, centenas de casas foram desapropriadas e milhares de pessoas perderam suas casas.
Hoje o bairro é conhecido pelo grande volume de comércio, principalmente têxtil, mas também de alimentos, como a zona cerealista e a famosa rua do Gasômetro onde é possível encontrar itens de marcenaria, ferragens e acessórios para a confecção e montagem de móveis.